Tradicional banda de pífano dá as boas vindas ao público do Arraiá Gonzagão

A cena da tradicional banda de pífano, tocando na pequena praça, em frente a uma igreja de uma cidade do interior nordestino, foi reproduzida no Arraiá Gonzagão, no bairro Baixão, na noite desta quarta-feira (3). 

A música tocada pela Banda de Pífanos São José deu as boas vindas aos jurados e visitantes do Arraiá Gonzagão, que pelo oitavo ano concorre ao Concurso de Resgate às Tradições Juninas, promovido pela Prefeitura, através da Secretaria de Cultura, Lazer e Juventude.

A Rua Antônio Ferreira Sampaio, escolhida para a construção do arraiá, foi palco para várias manifestações culturais juninas, apresentadas no palhoção central, todo enfeitado com bandeirinhas  e balões, símbolos típicos das festas juninas. Além de girassóis, fitas coloridas e uma farta mesa de comidas da época, a exemplo de canjica, pamonha, milho verde, munguzá, amendoim, quentão, entre outras.

A festa reuniu famílias, vizinhos e amigos que se organizaram nas laterais do palhoção para assistir a programação da noite.  As apresentações, acompanhadas pelo Trio Nordestino, encheram o lugar de música, dança, cores e elementos culturais.

Desfile da rainha do milho; Danças da fita e da peneira; quadrilhas estilizadas Flor de Mandacaru e Os Pé Quente; e as quadrilhas matutas  Mandacaru Junina e Gonzagão foram acompanhadas por adultos e crianças, que compartilharam  momentos de alegria.  

Entre o público, Renata Francisca, mãe de José Aldemir, de 6 anos, acompanhado do amigo Luan dos Santos, da mesma idade, assistiram as apresentações  juntos e em lugar privilegiado, logo na frente. 

Segundo Luan dos Santos, o bom é chegar cedo para não perder os detalhes. “Eu gosto de ver as quadrilhas, que é bem animado. E com o meu amigo, melhor ainda”, afirmou o pequeno, que respondeu com sorrisos de quem estava mesmo se divertindo. A mãe também confessou gostar dos festejos juninos e que o evento é uma oportunidade de manter a cultura viva.

Para Eduardo Kellvy, marcador da Quadrilha Matuta Gonzagão, que é responsável pela narração  e condução dos casais em cada momento da dança, a alegria do público contagia os participantes, que sempre responde com mais entusiasmo. 

Sobre a temática da quadrilha, ele explica que a mais comum é a do casamento, que é conduzido em tom de comédia e marcado por exageros.  O noivo é praticamente obrigado a casar com a noiva, sob a pressão do pai dela e do delegado da cidade. 

Entre os principais momentos representados e dançados pelos pares, estão: o casamento dos noivos; balancê, que é o balanço do corpo no ritmo da música; cumprimento às damas e  cavalheiros; passeio pela roça; Túnel, onde casais passam por baixo de um túnel formado pelos outros casais; caminho da roça; Olha a cobra: “é mentira”; formação de um caracol pelos casais; coroação de damas e cavalheiros; e a  despedida.

Oportunidade

Enquanto a festa acontecia dentro do palhoção,  o comerciante José Lenilson aproveitou para faturar com o movimento. Ele explica que trabalha como vendedor  ambulante há 30 anos, mas é no período de festividades que consegue ampliar as vendas e faturar dinheiro extra com a venda de lanches.

“Muito boa essa ideia da prefeitura incentivar os arraiás nos bairros. O nosso comércio depende de movimento. Quanto mais lugares com festa e gente circulando, melhor o nosso faturamento. Com o dinheiro extra eu pago as contas da família e invisto no negócio”, declarou José Lenilson, que também levou os seus produtos para vender durante os shows no Aravantu, no Lago da Perucaba.

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Responsável

Netinho Cavalcante é formado em Gestão Pública e Serviço Social, com uma paixão pela escrita que o levou a contribuir com diversos sites. Seu talento e dedicação à comunicação resultaram no registro profissional como jornalista, consolidando sua trajetória como um profissional comprometido em levar o melhor aos leitores.

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